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Archive for the ‘Cinema’ Category

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Quem quer ser milionário?, último filme de Danny Boyle, que acaba de ganhar oito Oscars, é interessante. Mas nada ali é absolutamente novo; a linguagem, a técnica, o enredo, a montagem, tudo já foi visto. Inclusive se [inevitável não fazer] compararmos com Cidade de Deus. Tudo muito evidente e previsível, a não ser pelo fato de a ponte entre as duas maiores indústrias do Cinema mundial ser construída.

A relação do menino Jamal com os resquícios de um mundo que lhe chega através de brechas no cotidiano é o plot do filme. O mundo globalizado, a cultura universal, chega-lhe de forma opressiva – as violências interna, do ambiente sociocultural indiano, e externa, da tal cultura universal audiovisual, são simbióticas. Uma não chega sem a outra. E a percepção dessa simbiose garante sua sobrevivência. A história das periferias que se apropriam e recombinam a violência do avanço técnico-cultural e o transforma em riqueza é mostrada pela metáfora do menino favelado que vence o cinismo do apresentador de TV. Cada pergunta é devidamente respondida com um pedaço da sua vida. Na visão de Danny Boyle a Índia é explicitada pelo enfrentamento direto do favelado com o opressor e a redenção é a vitória garantida pela indústria do cinema.

O controle minucioso do discurso periférico e a linguagem pop são feitos para agradar ao espectador ocidental e faz do filme um Cidade de Deus com a violência suavizada. Não que seja pior, nem melhor. Mas garante um alcance mais amplo e permite o intercâmbio necessário em tempos de crise [financeira e criativa] entre Hollywood e Bollywood.

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Na minha cabeça O Curioso Caso de Benjamin Button era melhor. Digo isso porque reverberou por todos os meios certo gozo em relação ao filme. Gostei do filme. Quem sou eu para condenar o gozo alheio?! Mas é que é uma boa história desperdiçada num filme mediano. A vontade de o filme ser um épico sobre o século americano é válida. Forrest Gump já fez isso e deu certo. O Curioso Caso… tentou ser mais sutil que o filme do Tom Hanks e acabou conseguindo. Não que o resultado tenha sido muito bom. Forrest ainda é superior. Sim, é divertida e curiosa a história de um sujeito que rejuvenesce [como o século americano, já disse alguém], mas às vezes fica-se mais na expectativa do próximo aspecto físico do personagem do que qualquer outra coisa. As frases de efeito sobre o envelhecimento e o tempo soam falsas e graves, destoadas de um filme leve. O desenvolvimento do  argumento às vezes é bobo e algumas cenas são desnecessárias – como a do aparecimento de um beija-flor após o naufrágio. O Curioso Caso… quer agradar as massas e levar prêmios, mas o que consegue mesmo é ficar boiando naquele limbo que é o gosto médio. As irritantes e quilométricas filas nos cinemas comprovam que o filme atingiu o público. As indicações ao Oscar e ao Globo de Ouro que agradou certa parte de crítica. Mas ainda sim tenho a impressão que os outros concorrentes também não são lá essas coisas – por isso dão tanta importância ao filme. Basta ver os indicados do ano passado. Se bem que é de uma tremenda covardia comparar O Curioso Caso… com Onde os Fracos Não Tem Vez, Sangue Negro ou Desejo & Reparação. De qualquer forma vou assistir a Slumdog Millionaire, O Lutador e Milk para ter certeza. No final das contas fiquei com a impressão que o filme do Brad Pitt no fundo quer mesmo é vender pipocas…

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Juno

É, estou meio fora de tempo. Deve ser o Natal, ou o ano de 2008 que foi maluco que só. O fato é que a mistura de cidra e carnes muitas me proporcionou uma síncope espaço-temporal. Estou meio alheio ao que a família Bonner diz. E Juno, o filme, estava de bobeira em pleno domingo pós-Natal para passar ileso.

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Depois de O Fabuloso Destino de Amelie Poulain, é moda entre jovens-adultos gostar de filmes fofos. Antes veio Little Miss Sunshine, agora – já faz tempo, né?! – Juno. A adolescente grávida mais cool do planeta conquistou corações e mentes dessa massa amorfa que flutua entre os vinte e poucos e os vinte e tantos anos. Tudo no filme soa tão adoravelmente debilóide que conquista pessoas jovens demais para serem ranzinzas e velhas demais para não ter medo de errar. Juno é uma adolescente meio banal, mas insiste em ser diferente. É quase um arquétipo daquilo tudo que gostaríamos de ter sido [ou de namorar] na adolescência. O sarcasmo destemperado, a displicência inocente e a beleza hormonal conquistam até o mais chato dos cinéfilos. O clima ploc, colorido e hiper-referencial é natural a ela e aos espectadores, por isso caminhar na contramão não parece tão difícil assim. Tudo alegre, fofo e sem conflitos. Ah, tem conflitos sim, mas são transformados em canções indie-folk. Legal e despretensioso.

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Ruído

Peanuts

Repare: são indies. So cool!

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Nasce um clássico

Há aqueles clássicos que no seu tempo não são reconhecidos. O público não entende, a crítica dá duas estrelas e meia, não ganha o Troféu Imprensa. Outros, entretanto, são como um clarão no céu noturno – são de imediato reconhecidos. É o caso de Monster Bus. Premiado como melhor filme caseiro no Festcine, o mais importante festival de cinema de Goiânia , sintetiza o que há de melhor na cultura goiana. Surge um clássico.

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