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Lost

John Locke: I see dead people

John Locke: I see dead people

Esta última temporada de Lost confirmou: a série é um marco na Cultura Pop atual.  Não só por transformar a maneira como a TV lida com seus espectadores, como por ressignificar toda a gramática do cânone pop. Assim como Sgt. Pepper’s fez em seu tempo, Lost atualiza o referencial da cultura audio-visual transformando a maneira como as pessoas observam e lidam com o mundo simbólico. Talvez a revolução não seja tão profunda quanto aquela provocada pelo disco dos Beatles, mas reflete a transformação psico-social por que passa o mundo. Mas não é só isso. Lost atualiza aquela verve mais profunda do pop que se perdeu na dilução do final da década de 70 e começo dos 80. E faz isso através do resgaste do que há de melhor na escola deixada pelas provocações da era de ouro da cultura pop: é polissêmico, multirefencial e em certa medida iconoclasta.

Ben Linnus: mind games!

Ben Linnus: mind games!

Faz isso principalmente através da narrativa. Nas primeiras temporadas, a maneira como o enredo era construído em torno dos flashbacks e a abertura da história surpreenderam quem estava acostumado com o regime de histórias melodramáticas com começo meio e fim, reinante então. Os tais mistérios de Lost vieram dessa forma de contar a história. Os flashfowards vieram depois, quando a série já parecia dar sinais de cansaço. A reinvenção na estrutura interna mostra não só o cuidado com os fãs como a força criativa que vem dos roteirista de TV. E é a TV que está ensinando hollywood a pensar novamente. A indústria do cinema vem dando sinais de letargia com os infinitos remakes e adaptações. Assim como no final dos anos 70 é a TV que revoluciona a indústria do cinema novamente.

Misticismo e ficção científica

Misticismo e ficção científica

Nesta quinta temporada, outra revolução interna na narrativa acontece: as viagens no tempo. Como disse, não é só uma escolha de roteiro. Mas a forma como a série toda é estruturada que muda. O novo salto da série é feito através do misticismo e da ficção científica, temas apenas sugeridos durante todas as temporadas anteriores.  A Cultura Pop é a grande protagonista da série, por alimentar a mitologia e através dessa alimentação ser ressignificada.

Lost mostra que ainda é possível existir criatividade, dinâmica e profundidade, sem parecer bobo ou cair em cabecices tão chatas quanto estéreis.

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