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Archive for 17 de abril de 2009

Os Afro sambas é daqueles discos que sinto necessidade de ouvir sempre. Volta e meia ouço, pelo ouvido interno, a reverberação dos atabaques em transe, da linha melódica do violão e do coro feminino. Quando ouço esse chamado me pego a vasculhar os cds gravados ou as pastas de mp3 e saco de lá, empoeirado, o disco. E sempre é um reencontro. Naquele disco está gravado o mais profundo da alma, algo como um intermediador entre o profano e o sagrado em forma de música. O ponto de encontro perfeito onde se fundem o mitológico universal africano e a temporalidade conduzida ocidental. Entro na espiral mística que as músicas evocam muito facilmente – me pego de corpo e alma embebido pelo desvario já nos primeiros acordes de Canto de Ossanha. E o que são os afro sambas se não o chamado à entrega total? Somos convidados a nos entregar loucamente ao amor – seja ele o místico ou o carnal, se possível ambos. Mas o tempo de amor é tempo de dor e o tempo de paz não faz nem desfaz. E isso é vida. Vida é entrega. Por esse disco Vinicius de Moraes e Baden Powell deveriam ter seus nomes santificados. Mas pensando bem, já são. Cada samba ali é uma forma de oração. E cada oração um contrato firmado com as potências da vida. Saravá!


Baixaê!

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